terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Lideranças e Pastores de Hoje

Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo – Efésios 5:21.

Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal – 1 Tessalonicenses 5:21-22.

Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede - João 6:35.

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão – Gálatas 5:1.

Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor – Gálatas 5:13.

Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória – 1 Pedro 5:1-4.

A. Liderança como Serviço e não como Senhorio

1. A Tênue Linha que Separa o Serviço do Senhorio

Conforme vimos o Senhor Jesus advertiu severamente seus discípulos contra o desejo de se tornarem senhores uns sobre os outros e podemos dizer, por extensão, de se tornarem senhores sobre o povo de Deus. Existe uma linha muito fina entre serviço e senhorio, entre discipulado e dominação. O que temos notado é que em muitos casos a linha se torna tão tênue que é mesmo impossível distinguir onde o primeiro terminou e o segundo começou. A grande maioria das lideranças com as quais convivemos, têm cruzado esta linha sem muita cerimônia e não escondem seu aborrecimento quando confrontadas pelos fatos. Em um próximo artigo falaremos do poderoso arsenal ao qual costumam recorrer para se defender. Não estamos querendo colocar todo mundo dentro de um mesmo saco e por este motivo é importante que mencionemos que existem líderes sensíveis a esta tênue linha e que procuram manter uma posição equilibrada com relação à mesma. Outros há que transgridem o limite, mas se arrependem e voltam ao bom senso representado pelo serviço cristão. Outros há, por fim, que não sabem funcionar se não estiverem completamente do outro lado da linha como senhores absolutos sobre o povo de Deus. Infelizmente, nos nossos dias, este último tipo tem sido bem mais freqüente do que gostaríamos de ver.

Nobreza ou rebelião?

O médico Lucas que nos legou o Evangelho que leva seu nome também nos deixou um segundo tratado. Estamos falando do Livro dos Atos dos Apóstolos. Neste livro, no capítulo 17, Lucas descreve, entre outras coisas, a visita que Paulo, Silas e o próprio Lucas fizeram às cidades de Tessalônica e Beréia. De acordo com o texto Bíblico a atitude dos bereanos causou profunda impressão nos visitantes. Nas próprias palavras de Lucas os "de Beréia, eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim – Atos 17:11".

Nos dias de hoje qualquer um que tente imitar o bom exemplo que nos foi deixado pelos bereanos será rigorosamente tachado de "rebelde". A atitude inquisitiva que procura confirmar se certas práticas são mesmo bíblicas é definida como rebelião com o acusado sujeito a sofrer grandes abusos por parte da liderança questionada. Este tipo de abuso ocorre em duas frentes. A primeira é quando o líder usa as escrituras de forma abusiva para ensinar ou justificar práticas que não se sustentam diante de uma análise mais apropriada. Neste caso não importa o que a Bíblia ensina e sim a interpretação particular que foi fornecida pelo líder.
Infelizmente, hoje em dia os “bereanos” isto é, aqueles que conhecem a Bíblia, que tem mais cultura tanto Bíblica como secular, que questionam os moldes forjados das Escrituras, por líderes que querem conduzir por interpretações particulares, são chamados de rebeldes, enquanto que lá na Bíblia os bereanos não foram taxados de rebeldes por examinarem as escrituras. Os líderes incultos, ainda chamam os bereanos de hoje como edemoniados. Será que todos somos endemoniados quando consideramos desonesto e sem caráter aquele apóstolo Estevan Hernandes que levou dinheiro dentro da Bíblia cortada para os Estados Unidos ? Quando consideramos anti bíblico as colocações do Apostolo Waldemiro querer implantar o trizimo na igreja para render mais aos cofres.( dar 30%)
Autoridade

Não existe no seio da cristandade nenhuma outra palavra que seja mais abusada pelos abusadores espirituais do que a palavra autoridade. O ensino bíblico é bastante claro nas afirmativas que faz de que autoridade significa poder exercido de maneira apropriada – ver Mateus 9:6; João 1:12; João 10:18 e 17:2 etc. Por este motivo, todo exercício de poder de maneira imprópria, não é exercício de autoridade e sim de abuso espiritual. Como esta questão é bastante sutil é mais fácil indicar situações onde existe abuso espiritual, ou seja, onde o poder é exercido de maneira não apropriada, do que discutirmos as questões genuinamente semânticas relacionadas a este termo. Líderes acostumados a abusar espiritualmente das pessoas confiadas à sua guarda poderão manifestar as seguintes características:

Estender a autoridade da liderança a áreas da vida que ultrapassam os limites representados por questões morais e de valores apresentados na Bíblia. Um exemplo clássico é quando a liderança quer determinar com quem uma pessoa pode namorar e até casar. Outro aspecto tem a ver com interferências acerca de que profissão seguir e etc.

- Impor sanções quando não houver submissão ao item anterior.

- Promover um sentimento de culpa generalizado quando não existir conformação automática aos desejos manifestos da liderança.

- Rotular as pessoas que resistem serem manipuladas de: insubmissos, orgulhosos, corações endurecidos etc.

- Agir como se fosse o próprio Deus na vida das pessoas.

- Manipular e torcer a palavra de Deus para conformá-la aos desejos da liderança.

- Confrontar de maneira permanente o pecado na vida de todas as pessoas. Quanta hipocrisia pode existir nesta prática é simplesmente impossível de dizer.

- Ensinar que as pessoas devem ser julgadas pelas opiniões que possuem acerca da liderança.

- Ensinar que não existe verdadeiro discipulado fora do redil em que a pessoa se encontra.

- Ensinar que Jesus não é mais todo suficiente – ver João 6:35 - e que é necessário seguir as muitas invencionices, nenhuma delas bíblicas diga-se de passagem, que impõe sobre as pessoas.

- Ensinar que inúmeras coisas são pecaminosas quando a própria Bíblia nada diz diretamente acerca destes mesmos assuntos.

- Ensinar que ser um verdadeiro seguidor de Jesus significa colocar a vontade de outro, normalmente a vontade do próprio líder, acima da própria vontade.

- Transmitir a sensação de que a pessoa está realmente afundando na fé quando ela começa a considerar abandonar o redil em que se encontra.

- Fazer com que pessoas rejeitem promoções no serviço, mudança de cidades ou novas oportunidades apenas para se manterem onde estão em completa submissão à liderança.

- Torcer de maneira perversa o uso de palavras como obediência e submissão.

Precisamos tomar muito cuidado, pois o perigo de estarmos sendo abusado espiritualmente é bastante real.
Aos verdadeiros seguidores de Cristo e do Evangelho, quero confessar que acho bastante difícil conciliar o verdadeiro Evangelho com os moldes de Igrejas que temos.
Vejo que existe um povo dentro e fora das Igrejas que serve a Deus.
Que Deus tenha misericórdia de nós e que Jesus volte logo!

Pr. Celso Rossi

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